sábado, 21 de janeiro de 2012

Como funciona o Piano?


Como funciona o piano de cauda?

          Mais de 200 cordas de aço paralelas, bem esticadas, produzem 88 notas. As cordas curtas e finas, que vibram rapidamente, produzem notas altas, enquanto que as cordas grossas e compridas, muitas vezes recobertas de cobre, produzem notas baixas. 
          
         Todas, exceto as notas mais baixas, são produzidas por duas ou três cordas afinadas em uníssono.
       
           Quando o pianista pressiona uma tecla de piano (1), alavancas acionam um marteloalmofadado que bate em uma ou mais cordas daquela nota da tecla para logo em seguida se afastar. Manter o dedo na tecla faz com que a corda continue a vibrar e o som acaba aos poucos.   Quando o pianista tira o dedo da tecla (2), um abafador vai de encontro à corda para silenciá-la. Se o pedal direito (pedal forte), na base do piano, é pressionado, mantém todos os abafadores afastados e permite que notas sucessivas enriqueçam umas às outras.                                       


       


















    As cordas passam sobre pinos de madeira, chamados de cavaletes (3), fixos à tábua de ressonância de madeira (4), que vibra afinadamente e intensifica muito a força e a ressonância das cordas. A caixa de madeira adjacente atua como caixa acústica, para aumentar o volume.
         
          As cordas são ligadas a uma estrutura de ferro fundido por pinos (cavilhas) de aço (5). A estrutura de um piano de cauda precisa ser forte o suficiente para suportar a tensão de mais de 30 toneladas criada por todas as cordas esticadas.


O Piano de armário


         Tem em sua a armação e as cordas colocadas verticalmente. A armação pode ser feita em metal ou madeira.
         Os martelos não beneficiam da força da gravidade.A diferença de um piano de cauda para um piano de armário é quanto ao plano vertical ou horizontal do tampo harmônico e as cordas em relação ao teclado: no piano de armário, o plano é vertical; no piano de cauda, o plano é horizontal, possibilitando a vantagem de cordas mais longas e sensíveis.                                                                                                                     
        Em Paris, devido à área relativamente pequena da maioria dos apartamentos, os pianos de armário são mais procurados e, em conseqüência, são mais valorizados.
        Alguns compositores contemporâneos, como John Cage, Toni Frade e Hermeto Pascoal, inovaram no som do piano ao colocarem objetos no interior da caixa de ressonância ou modificarem o mecanismo. A um piano assim alterado chama-se piano preparado.

                             









Curiosidade                    
         
      Uma das melhores marcas de piano do mundo atualmente é a italiana “Fazioli”. São instrumentos extraordinários, praticamente feitos à mão, com produção limitada, comenta Luc, o qual acrescenta: são os pianos mais caros do mundo; um “Fazioli” de cauda para concertos custa mais de US$ 100 mil. A produção foi iniciada em 1980 sob a condução de Paolo Fazioli, preocupado em dar sonoridade própria aos seus pianos.
      Essa sonoridade própria, explica Paolo Fazioli, é viabilizada quando se busca dar equilíbrio a muitos sons, geralmente não ouvidos, de extrema suavidade e de elevada sutileza.  A importância desses sons para a sonoridade do piano lembra a capacidade de grandes conhecedores de vinho de apreciar todas as sutilezas de uma grande safra: ninguém precisa saber dessas sutilezas para apreciar um vinho excelente, mas o fabricante do vinho precisa reconhecê-las a fim de aperfeiçoar sua arte.
     Sem qualquer hesitação, Paolo Fazioli aponta a qualidade mais importante de um piano: o som produzido ao ser tocado.
Trecho do livro “A loja de pianos da Rive Gauche”, da autoria de T. E. Carhart (Rio de Janeiro: Record, 2001, 288 p.)